SENTIMENTO DE ABANDONO E SOLIDÃO

Resumo de sessão de Terapia Transgeracional:

"Me sinto tão sozinha! Ninguém olha pra mim, como se eu fosse transparente!" Observo silenciosamente a incoerência da frase um tanto comum, e peço à cliente que entre em contato com essa parte sua que "é transparente", e se desidentifique dela, imaginando-a na sua frente:

- Quem é essa parte: homem, mulher ou criança? Pergunto.

- "Uma criança; na verdade, um bebê... ele foi abandonado; está sozinho! A mãe o abandonou!" Peço à cliente que perceba o ambiente onde está o bebê, ANTES de ser abandonado. Ela diz que o bebê é um recém-nascido, e que está junto do corpo da mãe. Diz que ele chora muito e ninguém cuida dele...

Solicito que ela perceba o que aconteceu à mãe:

-"Oh! a mãe morreu! ela morreu logo depois do parto! ela estava sozinha; não havia ninguém com ela!”. Trabalhamos esse sofrimento com o objetivo de liberar a ciente dessa ilusão, como se aquela história fosse uma verdade revivida pelo inconsciente.

Ao final da sessão, sugiro à paciente que retorne a ultima vez em que se sentiu assim e perceba como se sente agora:

- “Me sinto muito bem! As pessoas agora olham para mim, elas me veem!”.

Muitas pessoas se queixam de “estarem sozinhas no mundo, abandonadas”. Quando se busca na memória inconsciente a origem desse sentimento, percebe-se que, de fato, um personagem de vida passada permaneceu preso na dor e no sofrimento, que, de tão intenso, o impediu de realizar (perceber) sua morte.

Lembro que TODO SER quer continuar EXISTINDO, com CONSCIÊNCIA e ALEGRIA de viver. sofreu a dor de ter não ter sido cuidada, mas NÃO porque sua mãe ou sua substituta não a amava, mas porque ela morreu e não havia mais ninguém para cuidar dela.

© 2019 LAÍS BERTOCHE. Todos os direitos reservados