OS SUBTERRÂNEOS DA MENTE NA DEPRESSÃO

Laís Bertoche

Ao longo das eras, o Espirito Imortal, Ator do drama cósmico, cria e se manifesta em diversos personagens, os egos humanos.

Único em sua forma e personalidade, cada personagem nasce apenas uma vez, e, embora abandone sucessivamente a individualidade de suas encarnações, carrega nas câmaras da memória os prazeres e os terrores das experiências de todas as vidas passadas e de toda ancestralidade familiar com as quais entrou em ressonância (em sintonia vibratória).

Essas memórias subconscientes e inconscientes provocam numerosos temores subterrâneos que se expressam através de imagens ilusórias, cujas raízes estão em obscuras experiências a muito esquecidas, tanto de vida passada como em sofrimentos vividos pelos ancestrais.

As ilusões se evidenciam no sistema de crenças e nas reações emocionais experimentadas diante das situações com as quais nos defrontamos. Ao perceber o mundo como um lugar hostil e pouco acolhedor, gastamos grande parte da energia que deveríamos utilizar para realizar nossos objetivos, contemplando turbulentas imagens mentais e desenvolvendo mecanismos defensivos.

Enfraquecidos e esgotados, acabamos atraindo obsessores para o nosso convívio, agravando mais ainda a perda de energia.

A Depressão

QUERO QUE ME DEIXEM – SEM FAZER NADA – FICAR QUIETO NO MEU CANTO – SUMIR.

A ORIGEM para o aparecimento da tristeza e da depressão está nos traços de caráter moldados pelas memórias ilusórias. Essas memórias abrem as portas para a PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA, isto é, para que o jeito familiar de “perceber o mundo em tons de cinza” se somem aos fatores desencadeantes mais comuns:

  • Perdas: afetivas (separação, luto, síndrome do ninho vazio), crises econômicas e sociais (desemprego, migração e estado de refugiado);
  • Catástrofes naturais;
  • Mudanças de ciclo de vida (casamento, nascimento de filho, aposentadoria, viuvez);
  • Condições estressantes (trabalho, dificuldades domésticas, na escola, sociais);
  • Traumas emocionais e físicos;
  • Doenças crônicas, como hipotireoidismo, cardiopatia, câncer;
  • Abuso de substâncias como álcool e drogas.

Necessário fazer uma distinção entre tristeza e depressão: ambas se caracterizam pela falta de alegria, humor melancólico, desânimo, insatisfação, diminuição da vontade para desempenhar atividades rotineiras e conviver socialmente. A diferença está no caráter incapacitante, na intensidade e no tempo de duração da depressão.

A TRISTEZA, que se originou da palavra latina tristitia: “estado de desânimo” ou “aspecto infeliz”. Geralmente apresenta um motivo explicável, razoável e plausível e, por mais difícil que seja, a pessoa continua a executar suas atividades habituais e a manter certo convívio social. É uma das seis emoções básicas do ser humano, assim como a felicidade, a raiva, a surpresa, o medo e o nojo.

A DEPRESSÃO, do verbo deprimir, deriva do latim deprimere, e significa “afundar, rebaixar o volume, diminuir, humilhar”. Seus componentes léxicos são: o prefixo de- (direção de cima para baixo) e premere (pressionar, apertar, empurrar e abaixar o nível). Neste caso, mesmo que haja um motivo inicial razoável para a tristeza, desenvolve-se um estado de percepção negativa da realidade com a eclosão de padrões de pensamentos negativos (ilusórios) que mantém a pessoa aprisionada no sofrimento e roubam sua vitalidade e consequentemente, sua vontade. Essas ilusões têm sua origem em memórias de vida passada, na herança familiar e pela presença de personagens intrusos (obsessores).

Depressão e saúde pública

O termo DEPRESSÃO foi adotado no inicio do século XX para designar uma série de sintomas agrupados até então pelo nome de melancolia, palavra usada há mais de 25 séculos. Em 1995 a depressão foi considerada um transtorno afetivo ou de humor.

A depressão e a ansiedade são os transtornos psíquicos encontrados com maior frequência na sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é uma das principais causas de incapacitação no mundo – 5% da população mundial por ano, atingindo 350 milhões de pessoas. O suicídio associado à depressão faz cerca de 850.000 vítimas anualmente.

Mundialmente, os transtornos depressivos costumam ter início por volta dos 24 anos, e a causa mais frequente é a separação entre parceiros.

Países com alta renda apresentam uma taxa de 5,5% de pessoas com depressão, sendo um transtorno mais comum em jovens (inclusive em função de bullying).

Essa taxa sobe para 11,1% nos países de menor renda, sendo mais comum na população idosa.

No Brasil a percentagem é de 10,4% casos por ano.

De modo geral, é mais comum em mulheres (50% a mais) – estima-se que 20% da população feminina já tenha sofrido, pelo menos, de um episódio depressivo durante a vida.

- Há indícios de que essa diferença esteja relacionada com as mudanças hormonais (gravidez, menstruação...) e com a própria condição social da mulher, com jornada dupla de trabalho e grande responsabilidade com o lar e os filhos.

- Outra possibilidade é a de que a mulher expresse mais seu sofrimento, enquanto que o homem busque mais refúgio nas drogas, como o álcool.

Sintomas que caracterizam a depressão

“É COMO SE A VIDA PERDESSE A COR”.

Trata-se de um conjunto de sintomas desencadeados por uma memória de sofrimento que perturba a vitalidade e consequentemente a vontade; depois a percepção e os pensamentos (a mente); afeta o sistema neurológico, endócrino, imunológico e depois se espalha por todo o corpo, produzindo um rebaixamento geral de todas as funções.

VITALIDADE: Diminuída. Sensação de fraqueza, impotência e abatimento. Diminuição do prazer e do ânimo para atividades cotidianas e de lazer. Dificuldade para realizar tarefas. Prejuízo e diminuição do rendimento profissional. Limitação e recusa na vida social. Perda da capacidade de planejar o futuro. Perda da libido.

MENTAL: Pessimismo. Desencanto pela vida. Diminuição da atenção e da concentração. Pensamentos negativos constantes. Sentimento de culpa. Sensação de inutilidade. Dificuldade de tomar decisões. Pensamentos suicidas.

HUMOR: Tristeza. Estado de infelicidade. Angustia. Irritabilidade. Impaciência. Sensação de impotência. Falta de esperança.

SINTOMAS SOMÁTICOS: Agravamento matinal. Motricidade diminuída, com lentidão mental e motora acentuada. Dores no corpo. Alteração do sono. Perda do apetite. Perda da libido.

Classificação do nível de comprometimento

A classificação apresenta uma relação direta com o nível de energia, com a quantidade e a gravidade dos sintomas gerais e das ilusões (autoestima, autoconfiança, desvalia, culpa, etc.) experimentada pela pessoa. Como já dissemos, seu inicio costuma estar ligado a condições estressantes como perdas em geral, luto, traumas, perdas financeiras, mudança de vida, etc.

Os episódios depressivos apresentam melhores respostas quando o tratamento é precoce, mas tendem a se prolongar ou a se repetir quando não tratados. A OMS prevê que até o ano 2020, seja a segunda maior causa de incapacidade com perda da qualidade de vida.

No Brasil, estima-se que 17 milhões de pessoas tenham a doença que atinge qualquer classe social. As profissões mais sujeitas à depressão são as que cuidam de outras pessoas (cuidadores, enfermeiros, médicos, assistentes sociais), que não tem horários muito definidos nem ganhos certos (por exemplo, que dependem de comissão).

  • Nos episódios LEVES: apesar da tristeza e do desanimo, a pessoa consegue continuar desempenhando quase todas as suas atividades habituais e manter certo convívio social.

    Muitas vezes a pessoa responde bem apenas com mudanças de hábito, psicoterapia e tratamento de reequilíbrio energético.

  • Nos episódios MODERADOS: além da tristeza, a fadiga é intensa e a pessoa apresenta muita dificuldade para desempenhar suas atividades habituais, geralmente por um período de 2 a 3 meses.

    Neste caso, além da psicoterapia e do reequilíbrio energético, é essencial uma mudança de hábitos podendo ser necessária a utilização de medicamentos.

  • Nos episódios GRAVES: o curso será arrastado, com grave prejuízo nas suas atividades habituais e impossibilidade de desfrutar a vida. Há forte componente ilusório e angustiante, tipicamente a perda da autoestima e ideias de desvalia e culpa.

    Observamos uma incapacidade completa para todas as funções mentais e físicas, bem como uma série de sintomas somáticos como lentidão psicomotora exagerada; alteração importante do sono e do apetite.

    Ideias e atos suicidas são comuns, embora muitas vezes não exista energia para o suicídio. Por isso, grande cuidado quando a pessoa começa a melhorar dos sintomas depressivos, quando os pensamentos de morte persistem e já existe vitalidade para executá-la.

    O tratamento deve ser realizado com psicoterapia, reequilíbrio energético, mudança de hábito e MEDICAÇÃO, muitas vezes exigindo INTERNAÇÃO.

 


Analisando as causas

As causas da depressão são desconhecidas, embora a medicina tradicional observe uma disfunção do sistema nervoso central que se expressa pela diminuição de certos neurotransmissores como a serotonina, a dopamina, endorfina e ocitocina, conhecidos como quarteto da felicidade.

A SEROTONINA regula o humor, o sono, o apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade à dor, movimentos e certas funções intelectuais. A baixa de serotonina provoca:

  • Mau humor de manhã
  • Sonolência durante o dia
  • Inibição do desejo sexual
  • Vontade de comer doces
  • Comer a toda hora
  • Dificuldade no aprendizado
  • Distúrbios de memória e de concentração
  • Irritabilidade

A DOPAMINA é um estimulante do SNC, liberada durante situações e ocupações agradáveis como alimentação, sexo, atividades físicas e necessárias para a cognição como atenção e memória. Algumas drogas como a cocaína e anfetaminas inibem sua recaptação.

A ENDORFINA é o analgésico interno, produzido pelo próprio organismo. Atua rapidamente no controle da dor, permitindo ao indivíduo correr ou lutar no caso de ameaça à vida. Possibilita aos indivíduos percorrerem grandes distâncias apesar de lesões corporais graves, sem sentir dor. Aumentada na relação sexual, no parto e na amamentação.

A OCITOCINA tem papel importante no parto, na lactação, no vínculo mãe-bebê, no prazer sexual (incluindo o orgasmo), no reconhecimento social, nas relações afetivas e na ansiedade. Aumenta o vínculo com o grupo de origem e as reações de defesa desse grupo diante de estranhos.

Etiologia oculta da Depressão

Quanto à etiologia oculta, observamos a identificação (geralmente inconsciente) com memórias traumáticas e crenças limitantes de vida passada, herança familiar ou pela presença de personagens intrusos (obsessores), produzindo uma ideia ilusória a respeito do mundo e de si mesmo: Quando sofro de Depressão, quais são as minhas ilusões? Qual é a imagem que estou tendo de mim mesmo?

HERANÇA CULTURAL E SOCIAL – Ilusões com a sensação básica de culpa e nostalgia: Como estou me sentindo no mundo? Sinto-me adaptado ao mundo que estou experimentando? Sensação de não pertencimento? Esta é a minha tribo ou sou um “peixe fora d’agua”?

HERANÇA FAMILIAR – Ilusões com a sensação básica de aprisionamento, impedimento, limitação: Há na minha família outros casos de depressão? Quando a depressão começou na família? Casos de suicídio?

HERANÇA DE VIDA PASSADA – Ilusões com a sensação básica de estrutura e rigidez mental, como uma ossatura; ilusão e identificação com aquele modo de sentir e ser; falo dos sintomas na primeira pessoa do singular: Eu sou assim; todos são iguais; não confio em ninguém; ninguém me ama; nada vai dar certo, etc.

ENERGIA OU PERSONAGEM INTRUSA – ilusões com a sensação de que aquele sofrimento não me pertence; parece estranho e não me identifico; falo dos sintomas na terceira pessoa do singular ou do plural: Não sei o que é isso; parece que não é meu; tem horas que fico ótima, depois pioro novamente.

Como sair desse ciclo?

APOIO DA FAMÍLIA:

  • Especialmente do(a) companheiro(a), pais, irmãos, junto a pessoas deprimidas.
  • Geralmente é o familiar que identifica, encaminha e auxilia o paciente na manutenção do tratamento.

MUDANÇA DE HÁBITOS:

- Do padrão mental, com erradicação dos temores (Psicoterapia);

- Da alimentação, com alimentos ricos em serotonina:

  • Chocolate preto
  • Banana
  • Abacaxi
  • Tomate
  • Carnes magras
  • Leite e seus derivados
  • Cereais integrais
  • Castanha do Pará

- Do estilo de vida:

  • Dormir bem
  • Atividade física (exercícios aeróbicos)
  • Redução de álcool e drogas

PSICOTERAPIA

Para erradicar essas memórias, utilizamos Terapias que visem a identificação e liberação dessas memórias, sejam de vida passada ou uma herança familiar, além de identificar e libertar, através da compreensão e do entendimento, o personagem intruso (obsessor). Por exemplo:

  • Hipnoterapia Regressiva (antiga Terapia de Vida Passada)
  • Constelação Familiar
  • Desobsessão (nas casas espíritas)
  • Terapia Transgeracional: abordagem psicoterapêutica desenvolvida por mim, que utiliza a Terapia de Vida Passada, a Constelação e a liberação do obsessor.

HARMONIZAÇÃO DO CAMPO ENERGÉTICO

Equilibrio da energia vital, para a harmonização do campo energético.

  • Passes
  • Reiki
  • Cura prânica
  • Limpeza de chacras
  • Shiatsu
  • Acupuntura
  • Massoterapia
  • Homeopatia

MEDICAMENTOS, quando for o caso;

Há casos difíceis de tratar, principalmente se a depressão é severa e/ou crônica. Nesses casos é importante uma abordagem medicamentosa:

  • Homeopatia
  • Psicofarmacologia: Medicação psicotrópica (mínimo de 6 meses a 1 ano; mais tempo no caso de recidivas)
  • Drogas de escolha são os Antidepressivos.
  • Mas podem ser necessários: Ansiolíticos, Indutores do sono, e até Antipsicóticos.
  • Em casos específicos, tem-se utilizado antinflamatórios e analgésicos com boa resposta.

CASOS GRAVES: INTERNAÇÃO, quando houver depressão severa ou risco de suicídio.



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