REGRESSÃO A VIDA PASSADA FUNCIONA?

(Artigo publicado na Revista Carioca em junho 2018)

Discípulo de Allan Kardec, o espanhol Fernando Colavida (1819-1888) foi o pioneiro na condução de pesquisas envolvendo regressão à vidas passadas. Depois dele vieram outros, sendo um dos mais conhecidos o psiquiatra americano Brian Weiss que, em 1988, publicou o livro Muitas Vidas, Muitos Mestres apresentando seu sucesso com a Terapia de Vida Passada.

Regressão espontânea

Assim como Weiss, muitos dos médicos e psicólogos que trabalham com essa técnica hoje, observaram que, em estados ampliados de consciência, seus pacientes tinham acesso espontâneo a fatos e imagens que poderiam ser identificadas como sendo memórias de vidas passadas.

Com a médica psiquiatra Laís Bertoche, especialista no assunto, não foi diferente. Ela conta que uma senhora de meia idade, sua cliente, sempre se queixava de um intenso sentimento de culpa em relação à própria mãe. Num dia de 1991, a profissional solicitou que ela voltasse à causa primária de seu sofrimento. Para sua surpresa, a paciente se percebe numa cidade em Portugal, entregando sua filha pequena a outra mulher e fugindo com um marinheiro. Depois dessa experiencia, a cliente passa a relacionar-se melhor com sua mãe e se sente livre da culpa que a oprimia.

Estudos e pesquisas no Brasil

No Brasil, há vários grupos e sociedades de estudos e pesquisas que ministram cursos e promovem congressos sobre o tema. O Conselho Federal de Psicologia reconhece a eficácia da Hipnose Regressiva, desde que o psicólogo respeite o campo de religiosidade e de princípios do cliente. Se bem indicada e realizada por profissional habilitado, essa abordagem terapêutica apresenta resultados consistentes e com alto índice de cura. Hoje, com as novas descobertas da física quântica, começamos a entender a importância das memórias na origem e na continuação dos traumas e sofrimentos. Isso não significa que vivemos determinada situação em uma vida passada, mas que, por algum motivo, entramos em sintonia com aquela imagem que se expressa como medo, insegurança, depressão ou ansiedade crônica.



E quem não acredita em outras vidas?

Laís ressalta que “tudo o que a humanidade viveu está registrado num banco de memória que o psiquiatra C.G.Jung chamou de inconsciente coletivo”.

- “As histórias que se apresentam durante o transe regressivo encontram-se gravadas nesse campo de memória, e são acessadas por sintonia vibratória. Por isso, podem ser despertadas por um filme, um livro especialmente empolgante ou por um evento traumático. A terapia consiste em acessar e dissolver essas memórias perturbadoras”. “Por isso, os resultados são positivos mesmo para aqueles que não acreditam em vida passada, independentemente de suas crenças”, diz a psiquiatra, esclarecendo que a terapia não deve ser realizada quando a pessoa estiver debilitada fisicamente ou mentalmente incapaz.

Quem pode se beneficiar?

“A curiosidade apenas não é uma boa indicação para essa abordagem terapêutica, que deve ser utilizada quando algum setor da vida está paralisado, ou quando se identifica padrões de repetição como insucessos afetivos ou profissionais, transtornos frequentes do humor, fobias (medo de animais, pessoas, lugares altos ou fechados...), uso abusivo de drogas entre outros”, aponta Laís Bertoche.

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