CASOS CLÍNICOS

Inconsequências Amorosas

Mudando o olhar

Medo, raiva, culpa, insegurança e desconsideração pelos outros perturbam nosso coração e nossa mente, e roubam a energia que poderia ser canalizada para atividades mais criativas, amorosas, e fraternas. Além disso, atraem outras mentes que vibram na mesma sintonia, gerando um pesado carma que, cedo ou tarde, terá de ser quitado. Vivemos um momento em que, aparentemente, tudo é possível, sem nos lembrar que nem tudo nos convém. Para os Kahunas, tribo primitiva do Havaí, pecar é quando nossa ação causa sofrimento no outro ou a nós mesmos. Perguntamos: um relacionamento que começa provocando a dor de uma separação pode dar certo? Como o novo casal receberá os pensamentos de raiva, mágoa e ressentimento da mulher abandonada? O que leva uma pessoa a imaginar não ser capaz de conquistar e manter um relacionamento com uma pessoa livre? Que padrão de comportamento essa pessoa traz em sua memória para se deixar levar dessa forma? Muitas vezes vemos o mesmo comportamento se repetir de modo inconsciente e sem nenhuma crítica, de geração a geração. Esse padrão precisa ser desfeito. Precisamos identificar nossas dificuldades e transformar nossa vida naquilo que queremos, percebendo que todos igualmente querem ser felizes, e que não se deve ferir nem magoar ninguém. Um dos objetivos da Terapia Transgeracional é identificar e liberar esses padrões, a fim de que a ordem e a harmonia possam ser restabelecidas no coração e na mente de todos, isto é, em todo o sistema, desfazendo e liberando as memórias limitadoras do passado, restaurando a confiança, a paz e a fraternidade que devem permear todas as relações humanas.

Como a encomenda de um trabalho espiritual pode perturbar nossa vida

Dra. Lais de Siqueira Bertoche

Fui chamada para atender Patrícia, jovem talentosa e bonita, em sério processo obsessivo. Esse transtorno é classificado pela Organização Mundial de Saúde como estado de transe e possessão (CID-10, F44.3), que se caracteriza por uma alteração indesejada e involuntária da percepção com prejuízo transitório do senso de identidade.

Existem situações em que o transe ocorre de modo voluntário e desejado, que não pode ser confundido com este sofrimento, como as atividades dos que profetizam, dos médiuns e outros, que, embora a pessoa esteja vivenciando um estado ampliado da mente, esse processo não prejudica, de modo algum, suas atividades cotidianas.

Encontrei Patrícia em seu quarto, acuada, com os olhos esbugalhados, gritando e urrando como um animal aprisionado. Aos poucos, ela foi se acalmando. Continuando o tratamento, apresentou-se uma mulher rindo muito, mandando que eu me afastasse, que eu não tinha nada a ver com o assunto das duas. Perguntei do que se tratava, e ela me contou que há alguns anos atrás tinha ajudado minha paciente a conseguir seu atual marido, um homem casado, com dois filhos, que se separou para ficar com ela.

Logo depois que foram morar juntos, Patrícia começou a apresentar ataques de ira com gritos e agressões, com mudança de personalidade – o que costuma indicar a presença de personagens intrusos. Eles diziam que estavam cobrando sua parte no acordo, e que ela, orgulhosa e indignada, não tinha intenção de pagar.

Sua carreira de sucesso foi definhando e seu casamento se desfez poucos anos depois.

Explicando o Processo

O desejo e as ações de Patrícia atraíram para seu campo áurico os personagens intrusos que agora tiram seu sono e a induzem a agir de modo descontrolado, afetando diretamente sua vida.
Chamo personagem e energia intrusa toda aquela que, sem ser convidada, se imiscui no campo astral (ou campo áurico) da pessoa, independente de sua vontade ou consciência.

O personagem intruso é alguém que já morreu e que, portanto, não possui mais corpo físico. Por ignorância, apego ou medo, essas pessoas não conseguem perceber que podem seguir para regiões mais luminosas, livres das agruras que experimentaram aqui na Terra. Por isso, permanecem nas regiões astrais inferiores, chamadas de regiões umbralinas. Alguns perambulam por tanto tempo que já não se lembram mais de sua identidade e até mesmo do que estão fazendo por aqui.

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