CASOS CLÍNICOS

Personagens Intrusas

Muitas das vezes, sentimentos como injustiça e culpa retardam sua viagem em direção à meta: o mundo espiritual. Seus amigos vêm buscá-lo, mas este se encontra tão identificado com o mundo físico, que não os vê. Continua assim, dia após dia, ano após ano, prisioneiro de seu mundo particular, identificando, vez ou outra, desejos, sons e pessoas que o arrancam temporariamente de sua inconsciência e letargia. Confusos e se sentindo sozinhos e desprezados pelas pessoas, que não os vêem porque eles já não têm mais corpo físico, aproximam-se por sintonia vibratória daquelas mais sensíveis ou fragilizadas, causando-lhes muito sofrimento.

Quando as pessoas estão estressadas, ansiosas, preocupadas, tristes, com medo, etc. é frequente sentirem-se desanimadas e sem vitalidade. Pensamentos ou sentimentos confusos e negativos provocam uma diminuição da capacidade de proteção do campo áurico, facilitando a entrada e a instalação de energias intrusas que, como parasitas energéticos, passam a lhes roubar energia.

As pessoas precisam identificar seus erros e mudar sua postura, percebendo que todos igualmente querem ser felizes, e, portanto, que não se pode ferir nem magoar ninguém. Ações e pensamentos de desconsideração atrapalham e retardam o desenvolvimento das pessoas, atraindo outras consciências semelhantes e gerando um pesado carma que, cedo ou tarde, terá de ser quitado.

Foi o que aconteceu com Patrícia. Por sintonia vibratória, personagens intrusas se aproximaram de seu campo áurico, imprimindo sobre ela suas emoções e sentimentos, que se refletiam como raiva, irritação, agressividade e mudanças repentinas de humor que em pouco tempo afetaram sua vida diária. No processo terapêutico com a Terapia Transgeracional, tais personagens intrusas podem ser identificadas e liberadas, restabelecendo a harmonia e o equilíbrio.

A Terapia Transgeracional é uma abordagem sistêmica que visa o restabelecimento da melhor harmonia possível dentro de um sistema mais amplo, liberando o impacto de eventos passados na vida da pessoa, possibilitando que ela viva sua vida com confiança, alegria e plenitude.

Dra. Lais de Siqueira Bertoche

Certa vez fui chamada para atender Patrícia, jovem talentosa e bonita, em sério processo obsessivo. Esse transtorno é classificado pela Organização Mundial de Saúde como estado de transe e possessão (CID-10, F44.3), que se caracteriza por uma alteração indesejada e involuntária da percepção com prejuízo transitório do senso de identidade.

Existem situações em que o transe ocorre de modo voluntário e desejado pela pessoa, que não podem ser confundidas com este sofrimento, como as atividades dos que profetizam, dos médiuns e outros, sem, de modo algum, prejudicar suas atividades habituais.

Encontrei Patrícia em seu quarto, acuada, com os olhos esbugalhados, gritando e urrando como um animal aprisionado. Aos poucos, a pessoa foi se acalmando e pude encaminhá-la para o mundo espiritual. Continuando o tratamento, apresentou-se uma mulher rindo muito, dizendo que eu me afastasse, que não tinha nada a ver com o assunto das duas. Perguntei do que se tratava, e ela me contou que há alguns anos, tinha ajudado minha paciente a conseguir seu atual marido, um homem casado, com dois filhos, que se separou para ficar com ela.

Logo depois que foram morar juntos, Patrícia começou a apresentar ataques de ira, gritos e agressões, com mudança de personalidade, o que costuma indicar a presença de personagens intrusos. Eles diziam que estavam cobrando sua parte no acordo, que agora ela, orgulhosa e indignada com a cobrança, não tinha intenção de pagar.

Sua carreira de sucesso foi definhando e seu casamento se desfez poucos anos depois.

Explicando o Processo

Chamo personagem e energia intrusa toda aquela que, sem ser convidada, se imiscui no campo astral (ou campo áurico) do personagem atual ou passado, independente de sua vontade ou consciência.

O personagem intruso é alguém que já morreu e que, portanto, não possui mais corpo físico. Por ignorância, apego ou medo, essas pessoas não conseguem perceber que podem seguir para regiões mais luminosas, livres do sofrimento que experimentaram aqui na Terra. Por isso, permanecem nas regiões astrais inferiores, chamadas de regiões umbralinas. Algumas estão perambulando por tanto tempo que já não se lembram mais de sua identidade e até mesmo do que estão fazendo por aqui.

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